sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A substituição



Na minha bela turma de 7º ano, faltou uma professora e tiveram aula de substituição. Só sei que os anjinhos da turma armaram uma zaragata de todo o tamanho. Dois dos miúdos estavam perto da carteira da professora a ver não sei o quê, um terceiro, o chamado "chato", aproximou-se; então o anjinho nº1 disse ao anjinho nº2 que o anjinho nº3 (o chato) lhe tinha feito os cornos atrás da cabeça (o que era pura mentira); o nº 2, que é muito infantil ainda, atirou-se e ele; lá os separaram; mas o ofendido não desistiu e - como uma aula de substituição tende a descambar em território sem lei - voltou à carga; atiram-se mais uns 3 ou 4 a separá-los, caem carteiras e o anjinho nº2 parte os óculos. "A professora não fez nada", queixa-se uma menina.

A seguir tiveram Assembleia de Turma comigo e eu fiz mais uma audiência formal e ouvi todas as testemunhas e, por final, os anjinhos. A tónica dos discursos era apurar quem tinha a culpa: o nº1, o nº2 ou o nº3. Expliquei-lhes que todos tinham uma parte de culpa. E tentei mais uma vez mostrar que se andam a bater-se alguém há-de ficar magoado. E agora quem vai pagar os óculos, perguntei-lhes.

Lembrei-lhes que outro miúdo da turma (o diabinho nº1) estava em casa de braço partido por causa de um pontapé no andebol (de agressão, pois). «Querem ir mesmo parar ao hospital? Olhem que não tem muita graça».

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