quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Imobilização



Depois dos ataques soezes do ministério aos professores, depois da hierarquização artificial da carreira docente que põe uns a obedecer aos outros em pirâmide de coacção directa provinda do ministério, depois da palhaçada de uma avaliação tornada mero cumprimento de procedimentos burocráticos, depois do suborno aos presidentes dos conselhos executivos, depois do golpe fatal na gestão democrática que antecipa a entrada em cena dos directores, depois da chantagem do Secretário de Estado para desmobilizar a greve dos professores prevista para dia 19, das ameaças várias, da perfídia reiterada por Sócrates de que os professores nunca antes foram avaliados, depois disto e tanto mais, que nos resta fazer?

Apesar da união que se viu na manifestação de Novembro e na greve de Dezembro, sinto que o ministério conseguiu confundir e dividir os professores. Pôs a avaliação a saldos: aproveitem este ano, que a avaliação está fácil, para o ano já contam os resultados dos vossos alunos... Os professores começam a pensar individualmente: se se recusam a ser avaliados, os colegas ao lado passam-lhes à frente, ocupam os poucos lugares que haja ou venha a haver, é uma carreira queimada.

Na minha escola, não vejo qualquer mobilização colectiva, e os que se manifestam estão todos mais ou menos dispostos a sujeitarem-se à avaliação, por muito estúpida e injusta que seja. Quem estará disposto a fazer perigar o seu ganha-pão e o futuro-futuro?

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