Prestes a atingir o limite da exaustão, esqueço-me de coisas simples, engano-me nas aulas, já não respondo aos emails, quase não consigo ler e concentrar-me, acordo ansiosa, dói-me a cabeça continuadamente. Já reforcei as vitaminas.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Esgotamento
Prestes a atingir o limite da exaustão, esqueço-me de coisas simples, engano-me nas aulas, já não respondo aos emails, quase não consigo ler e concentrar-me, acordo ansiosa, dói-me a cabeça continuadamente. Já reforcei as vitaminas.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
As faltas
Recebi uma mãe preocupada com as faltas da filha, que por ter atingido o limite de faltas já teve que fazer 4 provas de recuperação, 3 das quais "passou". Mas a filha voltou a faltar e a mãe pergunta-me se ela não vai reprovar por faltas. Não vai, não - respondo - porque as faltas que tinha antes ficaram limpas depois de fazer com sucesso as provas de recuperação. A mãe ficou de boca aberta. Mas não lho diga - acrescentei - senão ela põe-se a faltar mais. Não digo, não - respondeu prontamente, quase incrédula. A filha talvez ainda não tenha percebido, mas em breve vai perceber, quando outros alunos descobrirem o truque. E para o ano que vem, então, já todos saberão que podem faltar sem consequências.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Debate
Algumas verdades e evidências partilhadas nos comentários da Educação do meu Umbigo:
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Inferno futuro
Agora que concorri para outras escolas onde só haja ensino secundário, numa fuga declarada da indisciplina do ensino obrigatório, o governo anunciou o ensino obrigatório de 12 anos... Não está em causa o acesso ao ensino, que é um direito de qualquer cidadão. O problema é que torná-lo obrigatório para quem não o deseja, não o suporta nem é capaz de o fazer, é aumentar "o inferno que estamos a viver" na escola.
sábado, 25 de abril de 2009
25 de Abril não mais
A coberto do “reforço da autonomia das escolas” estabelecida pelo decreto-lei 75/2008, foi criado nas escolas o “Conselho Geral” a quem cabe eleger o Director. Este Conselho Geral não pode ter mais de 50% de pessoal docente e não docente no seu conjunto; ou seja, as escolas deixam de ser geridas pelos professores e ficam reféns – sim, reféns – das vontades da comunidade que exterior “que servem” – e de facto servem – mas cuja competência pedagógica profissional é inexistente.
O Director deixa de ser um professor eleito directamente pelos professores. A gestão democrática representativa que vigora desde 1974 e que permitia que os professores elegessem os seus pares – e sempre funcionou bem – acabou aqui. Acaba em 31 de Maio próximo (Portaria n.º 604/2008 de 9 de Julho), quando todas as escolas tiverem - em vez de Conselhos Executivos de formação colegial - um Director que será eleito por um Conselho Geral Transitório, onde se sentam os representantes dos professores, dos funcionários, dos alunos, dos pais, da autarquia e da comunidade local (de “carácter económico, social, cultural e científico”) “cooptados pelos demais membros nos termos do Regulamento Interno”.
O Director não será, ao contrário do alegado espírito da lei, mais autónomo, senão em relação aos “seus” professores. Ele dependerá directamente do ME, que mesmo à revelia da lei – como no caso da Escola de Santo Onofre - se permite destituir conselhos executivos eleitos democraticamente e desempenhando as suas funções com agrado da comunidade escolar. O Director tem por função ser o elemento charneira de aplicação das ordens que vêm de cima e das ordens que vêm de fora.
Pode então prever-se que nas escolas facilmente poderá vingar a lei do caciquismo, onde um pequeno grupo no poder gere as dependências, as obediências e as benesses. Os efeitos desta política de interesses já se notam e têm vindo a tornar-se evidentes através da imposição de regras, trâmites, ordens e contra-ordens que o ME envia para as escolas e que a cadeia de comando tem por função fazer cumprir aos professores, qual operários obedientes. Antes, qualquer professor se manifestava e propunha medidas; agora dificilmente consegue fazer ouvir a sua voz. Agora há professores titulares que mandam e professores vulgares que executam. Deixou de haver liberdade de expressão pessoal e de participação no colectivo. Pois, quando o que está em causa é a avaliação, a carreira, o salário, todos se acobardam. E ainda se espantam com a desmobilização dos professores?
Pode dizer-se sem equívoco que acabando aqui a gestão democrática das escolas - último bastião de democracia organizativa - acaba aqui o 25 de Abril. Durou 35 anos, não mais.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Jogos educativos
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Estranho amor
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Tempos livres
A escola actual não deixa qualquer tempo livre aos alunos. São 35 horas semanais no 7º ano, e mais ainda, por exemplo, nos cursos profissionais (secundários). Nem sequer quando falta um professor podem ir livremente para o jardim, conversar, correr ou jogar. Ficam presos dentro da sala de aula com um professor substituto que pouco mais faz do que tomar conta deles - o que se torna um sacrifício para todos e agrava exponencialmente a indisciplina.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Autoscopia (4)
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Intervalo
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Balanço
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Autoscopia (3)
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Autoscopia (2)
terça-feira, 14 de abril de 2009
Autoscopia (1)
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Interrupção
A interrupção lectiva dá lugar às reuniões de avaliação, 4 dias inteiros de trabalho interminável para mim, directora de turma inexperiente e ignara de muitos trâmites que ainda não encaixei no meu cérebro cansado. Uma reunião pode tornar-se um circo de vontades divergentes e conflituosidade docente. Muito cansativo. Pior do que dar aulas.