terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Mudam-se os tempos



Creio que se terá compreendido abaixo - (1) e (2) - que a legislação que modificou o estatuto do aluno em 2008 pretende criar todo o tipo de obstáculos e mecanismos de retroacção que impeçam a retenção dos alunos no mesmo ano. Com beneficios estatísticos, já se vê.

Assim, se o aluno falta, faz-se-lhe uma prova de recuperação para limpar todas as anteriores faltas; se ele é desmotivado, desinteressado ou tem problemas de aprendizagem, o professor de cada disciplina tem a obrigação de o apoiar dentro e fora das aulas colectivas. Se não o assinalar atempadamente, então é porque o aluno não tem problemas, logo, deve passá-lo no final do ano; ou então os EE poderão recorrer da avaliação e invocar a falta de apoios. Como são muitos os alunos nesta situação, não há professores que lhes cheguem. Para mais, a maioria destes alunos despreza a escola e os professores e ninguém os fará aprender o que quer que seja, nem sequer obrigá-los a vir às aulas. Se vierem é para perturbar os que querem aprender. É tempo perdido numa causa perdida. Mas passar passam.

Quando fui aluna, tive professores exigentes. Quando me tornei professora fui sempre (considerada) exigente. E sou exigente comigo própria. O que podemos esperar desta novíssima geração educada no laxismo e na irresponsabilidade? A mediocridade, a ignorância... e que mais?

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