sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O medo de existir (3)



Hoje, na Assembleia de Turma semanal, voltei ao assunto da "tourada" e reafirmei claramente:
1 - Ninguém pode bater em ninguém, nem perseguir, nem ameaçar, nem chatear; isso é bullying.
2 - Quem for agredido ou ameaçado tem que participar: a mim, em primeiro lugar, pois estou aqui para vos ajudar;
3- ou a um professor ou funcionário, ou ao conselho executivo; e se alguém vos agredir, podem chamar a polícia, ligam o 112.

De seguida, começaram a chover as queixas: que há miúdos que são mais importantes que outros porque são mais fortes e batem; que eles não podem contar porque os outros ameçam bater mais; que há miúdos que levam sempre, mesmo que não façam nada. Só não fiquei a saber quem bate em quem, pois tiveram o pudor de não os expôr. É isso que tenho que perceber nos próximos dias.

Caí em mim: eu não supunha, nunca tinha imaginado, não adivinhava pelas lutas de corredor - que estes miúdos pudessem viver num tal clima de intimidação física.

Ao sair da escola, dois polícias da Escola Segura tentavam acalmar um miúdo de 10 anos: «Se o fulano te ameaçar, telefonas-me, ouviste?», insistia o agente. O miúdo, cheio de baba, ranho e raiva, jurava que o outro havia de levar com uma pedrada, que não se ficava a rir. O polícia insistia: «Não faças nada, que depois é pior para ti».

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