quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A tourada



Chamam-lhe bullying, que vem de bull, touro. Chamemos-lhe tourada. É o que se passa na escola durante os intervalos. Miúdos e miúdas permanentemente ao pontapé, à porrada, ao insulto. Um professor aproxima-se, separa-os, tenta mediar a situação e dizem "é só brincadeira". Pois, e quando um deles bater num cunhal de porta e partir a cabeça, acaba-se a brincadeira.

Hoje um miúdo levou com uma pedrada na cabeça. Veio a ambulância para o levar ao hospital. Vinha a descer e pergunto o que tinha acontecido. "Foi ali aquele miúdo". "Foste tu?", perguntei. "Fui", respondeu orgulhoso. "Chamou nomes à minha mãe, levou". "Pois, mas antes era ele que era castigado, e agora vais ser tu". "Mas fica marcado".

Na aula de Formação Cívica que acabara de dar ao meu 7º ano, falou-se de violência escolar. As regateiras da turma defendiam os seus pontos de vista: «Esta escola é uma espelunca. Se eu pudesse ia para outra". Protestam, mas são as que armam mais problemas disciplinares. Só sabem resolver as coisas assim.

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