quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Os suplentes



Ontem contaram-me o caso de um professor de filosofia da escola, que entretanto já se reformou. Recusou-se sempre a dar as aulas de substituição, fazia questão de não ceder. Percebe-se porquê: isso afectava a sua dignidade de professor. Para quem toda a vida preparou as aulas para ensinar com objectivos, fazer uma substituição de improviso e sem conhecer os alunos é exactamente a negação da sua profissão; o opróbrio da sua função pública. Por essa razão teve problemas e ficou mal visto no final de longa carreira.

Agora, passados apenas 3 anos, estamos a colher os frutos de se ter confundido o professor que ensina com o animador que entretem e, sobretudo, que impede os alunos de sair da sala de aula. Mas agora quem está preso na jaula são os professores. Ainda ontem, um professor "novato", isto é, recém-regressado à escola, estava irritadíssimo, porque mandou sair um aluno e ele se recusou. Os que lá estão há mais tempo já se habituaram e baixaram os braços; já desistiram de ensinar. Tal e qual.

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