terça-feira, 11 de novembro de 2008

A guerra (2)



«Estamos em guerra». Esta expressão já a ouvi recentemente a alguns professores. Não estamos em guerra só com a Ministra e o seu espírito persecutório. Estamos em guerra todos os dias dentro da escola. Todos os professores o sentem, mas a situação agrava-se. O número de participações e processos disciplinares em poucas semanas de aulas raia a loucura.

Hoje estive num forum sobre indisciplina na minha escola. Os professores presentes discutiram e propuseram medidas imediatas:

- os conflitos disciplinares devem ser tratados FORA da sala de aula, pelo recurso aos instrumentos e sanções legais (ao contrário daquilo que tem sido uma instrução recorrente: a de resolver os conflitos dentro da sala de aula);

- pois os conflitos mantidos dentro da sala de aula impedem a aprendizagem dos outros alunos; o ensino degrada-se a olhos vistos e os que querem aprender não conseguem;

- os professores devem actuar concertadamente (mas só quando os problemas se avolumaram até ao ponto de ruptura, se começou a debater o problema);

- é preciso que as medidas correctivas e sancionatórias sejam eficazes e aplicadas imediata e coerentemente;

- é preciso participar e aplicar a "repreensão registada" sempre que haja comportamentos agressivos (a repreensão registada fica no processo do aluno e é agravante para os comportamentos sequentes);

- o desrespeito ou desobediência aos professores deve ser imediatamente sancionado (ainda ontem, num conselho de turma, houve quem dissesse que não mandava os alunos sair da aula, porque eles depois se recusam a sair);

- os pais devem ser mobilizados e responsabilizados para resolver os problemas com os seus filhos;

- será preciso criar turmas de nível, para que a maior parte dos alunos possam ter uma escolaridade normal e eficaz; só assim a escola pública voltará a ter a qualidade e a credibilidade que antes tinha.

1 comentário:

DA disse...

será preciso criar turmas de nível, para que a maior parte dos alunos possam ter uma escolaridade normal e eficaz; só assim a escola pública voltará a ter a qualidade e a credibilidade que antes tinha.

Há muito que as defendo, a bem de todos. Só não percebo a relutância das escolas na sua criação.