quinta-feira, 21 de maio de 2009

O coma


Voltou a balbúrdia à turma de 7º ano, que na semana passada parecia ter melhorado... Efeito de antecipação do final das aulas, talvez, efeito secundário da visita de estudo, ou efeito do tema da sexualidade que introduzi em Área de Projecto e Formação Cívica, não sei. 

Dada a agitação, não houve trabalho de grupo. Apenas distribuí as fotocópias individualmente. Na primeira (comparando gráfica e verbalmente o desenvolvimento fisiológico de rapazes e raparigas durante a puberdade), pedi que sublinhassem apenas o que ainda não sabiam. As segundas fotocópias (sobre o desenvolvimento dos órgãos reprodutores) distribuí-as diferentemente a rapazes e raparigas e pedi-lhes que sublinhassem aquilo que achavam importante que o outro sexo soubesse. Para a semana intervirão as professoras de ciências.

O episódio engraçado foi quando, entre as minhas admoestações acerca do comportamento "anormal" e "doente" da turma, uma miúda retorque: «A setora é que esteve em coma durante 5 anos!» Como?, pergunto. «Atão não esteve? Com um problema nos rins? É o que toda a gente diz.» Sorri absolutamente. Não, respondi, estive 5 anos fora da escola a fazer doutoramento. «E o que é isso?». Então escrevi no quadro a sequência dos graus académicos após o 12º ano. «Tanto tempo desperdiçado», vociferou outra miúda. Não, não, respondi, eu gosto de estudar, e reforcei, é o que eu mais gosto de fazer (a pensar nos 4 ou 5 bons alunos que me estavam a ouvir).

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