sexta-feira, 8 de maio de 2009

A fila


A indisciplina de quinta-feira (e a minha irritação evidente) teve uma resposta hoje. Nas três aulas que dei à turma de 7º ano, fi-los formar fila, por ordem numérica, antes de entrarem na sala. Reagiram mal, resistiram, que não estavam no jardim infantil, diziam, mas parecem, respondia eu, e levou 10 minutos a obrigá-los a enfileirar, com boicotes sucessivos, encostos, encontrões, etc. 

Depois ordenei a entrada na sala em silêncio. Em vão. Após entrarem, começam como habitualmente a falar alto. Mas as aulas foram mais calmas. Expliquei-lhes que se não souberem andar em fila e obedecer não posso levá-los pela rua à visita de estudo que será dentro de duas semanas. Mas, sobretudo, consegui dominar-me para aguentar as 7-sete-7 aulas do dia sem a menor exaltação. Ao fim do dia, ainda guardava a sanidade mental. 

Quem levou por tabela foi a psicóloga que não conseguia calá-los depois da aula de matemática onde vários tiveram faltas disciplinares; mas conseguiu apesar de tudo, com mais facilidade do que eu, enfileirá-los para um jogo. Pergunto-me se todos estes jogos psico-sociais não servem realmente para infantilizar os miúdos e lhes dar a percepção de que tudo é uma brincadeira. Afinal, a fila à moda antiga é uma forma de aprender três requisitos fundamentais do ensino: ordem, autodisciplina, silêncio. O que falta em absoluto.

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