Numa aula de 10º ano, os alunos perguntam-me o que é uma "saia de pregas"; como a explicação verbal não parece suficiente, uso o meu casaco para demonstrar como se fazem as dobras do pano.
No bar, uma menina de 11 anos compra uma sandes e pede uma folha para a embrulhar: "não sei como é que se embrulha", comenta para a amiga que a ignora; faz uma tentativa sobrepondo as pontas da folha, mas não resulta; repete o ensaio mas hesita em fazer as dobras nos outros lados; dobra para cima e para baixo e depois decide-se a enrolar os lados do papel, que logo desenrolam, mas ela pega o embrulho e dá-se por satisfeita.
Na aula de apoio, digo a um rapaz de 12 anos que faça o exercício a lápis: "não tenho, partiu-se"; "então afia-o outra vez", digo, mas ele: "já deitei fora". Mando-o ir buscar o lápis ao caixote; tira um pedaço; insisto para trazer o resto do lápis, que vem partido em três; explico-lhe: "agora não tens um só lápis, tens 6...", "não! só três"; "pois, mas podes afiá-lo em seis pontas". No fim da aula, leva um pedaço e deixa em cima da mesa os outros dois terços do lápis, que eu previdente embolso.
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