terça-feira, 21 de outubro de 2008

A sanha da avaliação



Na escola de hoje, todos se avaliam. Os professores avaliam os alunos, os professores avaliam os outros professores, o Conselho Executivo avalia os avaliadores, e também os auxiliares são avaliados, mas não sei por quem. Para cada acto de avaliação é preciso preencher quadros, tabelas, páginas e relatórios com centenas de itens que irão fazer parte de um suposto quadro geral do funcionamento da educação. Tudo se quantifica - e em quantidade. Como as luminárias que inventaram este luminoso sistema não inventaram ainda o maravilhoso software que há-de validar e transformar em estatísticas todas esta quantificação, põem os professores a fazer de software humano; ou seja, cada um que organize os seus dados, conceba tabelas, copie, anote, introduza, substitua códigos, faça as contas, etc. Aquilo que um dia um computador há-de fazer está ser testado ainda no regime manual pelas cobaias-professores.

Com tudo isto, não sobra tempo para pensar em pedagogia. Os professores fazem parte de uma cadeia de montagem, a indústria da educação. Com tudo isto, as pessoas andam mal dispostas. E como a má-criação não faz parte dos critérios, é o que mais há de sobra.

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