quinta-feira, 18 de junho de 2009

Observação



Na minha sala, oito alunos presentes na primeira fase do exame de 12º ano de Biologia-Geologia (faltaram 12).
O único rapaz abana nervosamente a perna e levanta as sobrancelhas enquanto lê o enunciado.
A menina ao fundo cruzou os braços e contém as lágrimas com os cantos da boca descaídos. Só meia hora depois começa a responder à prova.
Ao fundo também, uma menina com as costas torcidas debruça-se conscienciosamente sobre a prova, sempre de caneta em riste.
À sua frente, outra menina meneia a cabeça enquanto lê a prova e estica os braços substituindo uma folha por outra e por outra.
Na mesa seguinte, a rapariga de óculos grossos e braços esguios apoia o queixo imóvel entre mãos.
À frente, a menina de cara redonda de bonomia olha em frente abstraída com olhos que pensam mais rápido do que escreve.
E, por fim, a rapariga brasileira meio desorientada que pede explicações e que julga que é para responder no enunciado (em vez da folha de prova), distraindo todos os colegas em volta.

Seis acabaram antes da hora e meia e ficaram à espera que tocasse ao fim das duas horas. Dois deles aproveitaram o prolongamento de mais meia hora.

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