Trabalhar numa escola é andar sempre a correr, a passar recados, a pegar em papeis e dossiers e a usar a memória RAM (de curta duração) para resolver todo o tipo de problemas, porque nem tempo há para anotar tarefas. As acções inadiáveis fazem adiar as outras, que sobram sempre para o dia seguinte.
A vida moderna, cheia de meios informáticos, documentos, pens, formulários, minutas, gráficos, folhas de cálculo, ponderações e parâmetros, emails, sms, toques e chamadas, tornou-se muito mais improvisada e imprevisível do que antes era. A informática é a grande agente da confusão organizativa em que vivemos e do caos mental em que submergimos. A papelada cresce exponencialmente, a burocracia empecilha a acção e mina o dia-a-dia. Gastam-se resmas de cópias para tudo e mais alguma coisa, e fazem-se milhares de fichas que os alunos amarrotam e desprezam.
No meio disto tudo, preparar aulas, ver trabalhos e testes, assistir os alunos - tudo é feito em cima do joelho. E o que é feito em cima do joelho é, regra geral, mal feito, imperfeito ou com defeito. Vivemos portanto no reino da incompetência geral.
(Também assim é no ME, de cujo joelho sai a grande incompetência central.)
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