quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O respeitinho e a chantagem

Uma professora contava-me acerca de uma turma de 7º ano: «E disse-lhes: o que eu quero é que vocês gostem de mim». Outra professora, mais desanimada: «Eu perguntei-lhes: o que é que vocês querem de mim?».

Dias depois, diz-me um aluno de 10ºano: «Ó setora, nós queremos ver o resto do filme do outro dia, senão a gente depois não gosta de si». Pois, respondo: «Eu não estou aqui para gostarem de mim. Estou aqui para vos ensinar». Ele insiste: «A setora tem que criar uma boa relação pedagógica aluno-professor». Outro aluno: «A setora não está a cumprir o seu dever: esqueceu-se de marcar um erro no meu trabalho». São cheios de lábia e percebo até com quem aprenderam o jargão.

Fazem a pequena chantagem psicológica. Interrompem a aula quando lhes apetece. Repetidamente, tenho que fazer a pedagogia da civilidade: «Não podes interromper quando eu estou a falar para todos. Espera a tua vez. Mete o dedo no ar e falas quando eu disser. Sentas-te nesse lugar, porque quem manda na aula sou eu».

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